Intercâmbio entre REMs MT e Acre promove troca de experiências de combate ao desmatamento e incêndios florestais

Equipes do REMs Acre e MT reunidas com o secretário-executivo da Sema-MT, Alex Marega (ao centro). Foto: Fernanda Fidelis/REM MT
 

Muita troca de informação e conhecimento. Assim foi o intercâmbio entre o REM Mato Grosso e o REM Acre, que ocorreu nesta quarta e quinta-feira (17 e 18), em Cuiabá. O encontro teve como foco a forma como os Programas estão fortalecendo institucionalmente as ações de comando e controle, no combate ao desmatamento e incêndios florestais nos seus respectivos estados de atuação. 

Lígia Vendramin, coordenadora do REM MT, ressalta que eventos de intercâmbios são fundamentais para trocar experiências e aprimorar os trabalhos. Durante o encontro, ela destacou que um dos grandes acertos do Programa em Mato Grosso foi 

constituir uma rede de atores institucionais em prol do combate ao desmatamento e incêndios florestais. “Penso que essa é foi uma das trocas, um dos aprendizados mais importantes que o REM MT pôde transmitir nesse intercâmbio”, salientou a gestora. 

Lígia Vendramin, coordenadora do REM MT. Foto: Fernanda Fidelis/REM MT

Já a coordenadora do REM Acre, Rose Sena, destacou que ficou impressionada com o trabalho de comando e controle que tem sido feito em Mato Grosso. “Essas ações já estão constituídas como políticas de Estado. Percebo que no Acre nós já temos isso desenhado também, mas precisamos avançar, no sentido de instrumentalizar as nossas unidades estratégicas de comando e controle, para que elas funcionem durante o ano inteiro, e não apenas nos períodos mais críticos”, observa. 

O secretário-executivo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), Alex Marega, reforça que o REM MT tem sido fundamental, no sentido de agregar os principais agentes de fiscalização ambiental. “Um dos principais resultados que o REM alcançou foi colocar vários atores, com o mesmo objetivo, para dialogar, e assim construir um projeto robusto para aplicar os recursos de forma consistente e planejada. Essa integração, que tem ocorrido nos últimos três anos, só foi alcançada devido ao Programa REM ter chegado ao estado de Mato Grosso”, enfatizou Marega. 


Alex Marega, secretário-executivo da Sema-MT. Foto: Fernanda Fidelis/REM MT

A coordenadora do Subprograma Fortalecimento Institucional (FIPPE) do REM MT, Francieli Nascimento, também avaliou os dois dias de intercâmbio como “troca de experiências e aprendizados muito positivas”. 

Ela disse que o encontro foi estimulado pelos financiadores dos dois Programas “para que a comitiva do Acre viesse até Mato Grosso, para conhecer as experiências, no quesito de combate ao desmatamento e incêndios florestais”. Os REMs MT e Acre são financiados pelo Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW) e o Departamento para Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido (BEIS).

Francieli Nascimento, coordenadora do Subprograma Fortalecimento Institucional do REM MT. Foto: Fernanda Fidelis/REM MT

 

Visitas

Durante os dois dias, a comitiva do REM Acre assistiu a apresentações e pôde conferir a estrutura do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA-MT) e a Sala de Gerência de Planejamento de Fiscalização e Combate ao Desmatamento, da Superintendência de Fiscalização (SUF), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). Os dois setores foram fortalecidos institucionalmente pelo REM MT, por meio de recursos e da aquisição de equipamentos de alta tecnologia, a exemplo do sistema de monitoramento via satélite, em tempo real. 

1° Dia

No primeiro dia, na parte da manhã, os visitantes assistiram a uma apresentação da fiscalização de combate às infrações ambientais contra a flora de Mato Grosso. Na oportunidade, foi mostrado o quanto esse tipo de procedimento avançou, a partir do apoio do REM MT, que se deu por meio de equipamentos que fortaleceram as fiscalizações em campo, bem como a integração dos órgãos estaduais de fiscalização. O resultado dessas políticas foi o aumento em mais de 300% dos autos de infração de ilícitos ambientais, nos últimos três anos, no Estado, desde a chegada do REM MT. 

“Em 2018, tínhamos apenas 1.206 autos de infração. Mas, a partir de 2019, com o fortalecimento do Programa, esse número foi avançando a cada ano, até chegarmos ao patamar de 5.004 autos de infração em 2021”, destacou Laurienne Borges, analista de Meio Ambiente da SUF/Sema-MT. 

Laurienne Borges, analista de Meio Ambiente da SUF/Sema-MT.Foto: Fernanda Fidelis/REM MT

O primeiro dia terminou com uma visita na sala de Comando e Controle da Sema-MT, onde a comitiva do REM Acre pôde ver na prática como funciona o trabalho de inteligência e de fiscalização, para prevenir, notificar e também combater o desmatamento e incêndios florestais em todo território do Estado. 

Comitiva REM Acre conhece sala de situação da Sema-MT. Foto: Fernanda Fidelis/REM MT

 

2° Dia

Já no segundo dia, o ponto mais alto da visitação foi a sede do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA-MT). Na oportunidade, os acreanos conheceram toda estratégia de combate aos incêndios florestais do órgão, que é dividida em quatro fases: “Prevenção”, “Preparo”, “Resposta” e “Fiscalização”. 

Acreanos do REM conhecem sala de situação do BEA-MT e a estratégia de prevenção e combate aos incêndios florestais do batalhão no Estado.Foto: Fernanda Fidelis/REM MT

Durante o encontro, também foi informado que o REM MT foi um dos grandes responsáveis pela reestruturação do BEA-MT, que hoje conta com sede própria e equipamentos de ponta. Isso faz com que o órgão seja atualmente referência nacional no combate aos incêndios florestais. 

“Muito disso nós devemos ao REM MT, pois, a partir de seu apoio, conseguimos estruturar a nossa base e adquirir matérias de muita qualidade. Corpos de bombeiros de diversos estados, inclusive a Força Nacional, já vieram até aqui para participar de cursos ministrados pelo BEA-MT. Hoje, a nossa estrutura é copiada no Brasil”, enfatizou a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, Jusciery Marques.

 

Por Marcio Camilo
edição: Mariana Vianna